trocando o essencial pelo trivial

Um homem extraviou-se no deserto. Estava moribundo quando apareceu uma caravana. Os que viajavam nela mal se aperceberam da situação do homem sedento, que penosamente pode soltar uns gemidos pedindo auxílio. Várias pessoas correram até ao homem e rodearam-no. Agonizando, murmurou: ” Água, água, por favor!”. Os da caravana olharam para ele demoradamente e começaram a perguntar-se como queria aquele homem que lhe servissem a água. Preferia que fosse num cálice de cristal ou numa chávena? Num recipiente de ouro ou de prata? Talvez num copo ou queria ele bebê-la diretamente dos cantis de pele dos cameleiros? Quem ali se encontrava discutia estas questões sem parar, questionando-se qual seria o recipiente mais adequado para lhe dar de beber, quando o moribundo soltou o último suspiro.[texto recebido por e-mail sem citar autor]
Quando recebi esse e-mail fiquei pensativo. Infelizmente essa “parábola” conta uma história real de algo chamado “Igreja”.
Vejam apenas duas semelhanças:
A caravana nem percebeu a situação do moribundo, que precisou pedir
ajuda para ser ouvido. A igreja também tem dificuldades de perceber os
sedentos, esperando que os mesmos “peçam ajuda” vindo aos seus templos.
A
visão missionária que corria nas veias da igreja primitiva e dos
grandes evangelistas do ínicio do século XX está cada dia mais embaçada
e escurecida. Perdemos tanto tempo bolando a melhor estratégia para atrair
as pessoas aos templos, ou quantas festas e rave gospel são necessárias
para alcançar os jovens, que nem nos lembramos das palavras de Jesus
dizendo: “Ide por tudo o mundo e pregai [...] ” . O nosso “Ide” foi trocado por “Venham”. Nosso “evangelismo” está limitado por quatro paredes.
Por outro lado, após o moribundo conseguir pedir água,
os membros da caravana ficaram discutindo qual seria o melhor
recipiente para servi-la ao pobre homem. Agimos da mesma maneira
quando temos vidas sedentas de Deus em nossas mãos, porém deixamos de
pregar a palavra para promover entretenimento na igreja, ou ainda quando
os contaminamos com costumes, doutrinas de homens, tradições e
legalismos, fazendo com que a pessoa transforme-se em um agente
defensor de nossa instituição, porém sem ensiná-lo o que é ser um
verdadeiro cristão. Criamos associados, mas não somos por muitas vezes
capazes de conduzir alguém a se parecer com nosso Cristo. Eles clamam
por água e os ensinamos a usar a fé em benefício próprio.
Concluo que enquanto nossos cultos não deixarem de ser apenas entretenimento,
ou as nossas mensagens não mudarem seu teor antropocêntrico e os
cristãos deixarem de ser apenas avatares caricatos de
instituições, seremos como os membros da caravana, perdidos em
vãs discussões, enquanto as pessoas morrem de sede debaixo dos nossos
olhos. Perdemos tanto tempo discutindo e vivendo trivialidades que nos
esquecemos do essencial: as pessoas precisam apenas de água ( leia-se
Palavra de Deus ) para sobreviverem.
Flavio Alcantara
fonte: www.stayfreak.com
A Palavra de Deus anda tão escassa, que há pessoas morrendo à beira do poço, sedentas sem encontrar a água da vida!
ResponderExcluirGenilda Silva