segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A outra janela

A menina debruçada na janela, com lágrimas nos olhos pela perda de seu cãozinho de estimação, observava o jardineiro enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras.
Seu avô, que a observava, aproximou-se, envolveu-a nos braços e lhe disse:
- Triste esta cena, não é mesmo?
A netinha então recostou sua cabeça no peito do avô e chorou. Assim que ela se acalmou, o avô tomou-a pela mão e a conduziu para uma janela localizada do outro lado da sala.  Abriu as cortinas, mostrou-lhe o jardim florido e perguntou-lhe carinhosamente:
- Lembra-se de que você me ajudou a plantar aquelas rosas amarelas? Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos e, agora, veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas.
A menina enxugou as lágrimas e abriu um largo sorriso, mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores, e as borboletas que faziam festa entre umas e outras das tantas rosas de variadas cores que enfeitavam o jardim.
O avô então disse com afeto:
- Veja minha filha, a vida também nos oferece várias janelas. Quando o que vemos através de uma delas nos causa tristeza, sem que possamos alterar a situação, nos voltamos para outra e, certamente, iremos nos deparar com uma paisagem diferente. Tantos são os momentos de nossa existência, tantas as oportunidades de aprendizado que nos visitam no dia-a-dia, que não vale a pena ficar sofrendo diante de situações que não podemos alterar. São experiências valiosas da vida, das quais devemos tirar lições oportunas, sem, no entanto, nos deixar consumir pelo desespero e revolta que nos trazem infelicidade. Se a janela pela qual você está olhando mostra uma situação ruim, lembre-se de que existem outras janelas com paisagens repletas de promessas de melhores dias.

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